SISTEMA PRESBITERIANO: GOVERNO ATRAVÉS DE PRESBÍTEROS

Uma característica importante do governo presbiteriano é o sistema de pluralidade de presbíteros que reunidos formam o Conselho. O apóstolo ordenou “presbíteros em cada igreja” (At 14.23; Tt 1.5) para conduzir o governo normativo das Igrejas. Tal princípio é amplamente ignorado em muitas Igrejas hoje. Frequentemente Igrejas são dirigidas pelo capricho do pastor, o qual se torna, com efeito, um ditador religioso (Sistema Episcopal).  Em outros lugares, uma Igreja pode decidir questões cruciais pelo voto congregacional, no qual cada pessoa participa igualmente no governo (Sistema Congregacional). Tais sistemas não se fundamentam nas Escrituras.

A Escritura põe o governo de uma comunidade nas mãos de um grupo de presbíteros os quais governam em conjunto. O fato de os presbíteros governarem coletivamente, ninguém individualmente toma as decisões obrigatórias da Igreja. Evidentemente que as comunidades têm o papel de escolher seus oficiais. Esta escolha é feita através de eleição realizada pela Igreja reunida em Assembleia, devidamente convocada pelo Conselho. Os eleitos devem ser examinados e aprovados pelo Conselho e posteriormente ordenados ou instalados para governar de acordo com a lei de Deus, os Símbolos de Fé e Constituição da Igreja.

Do ponto de vista prático, os benefícios deste governo pela maioria são bem aparentes. Ao invés de concentrar o governo nas mãos de uma única pessoa, vários são investidos de autoridade; essa distribuição do poder proporciona uma maior salvaguarda contra os abusos de autoridade. A divisão de poder tem sido muitas vezes reconhecida como uma sábia prática no governo civil. Ela proporciona um mecanismo de verificação e correção do sistema necessário para prevenir contra o surgimento de um ditador.

As Igrejas frequentemente abandonam tais sabedorias convencionais e permitem que a autoridade fique concentrada nas mãos de um único dinâmico indivíduo. O erro está em não reconhecer que até mesmo os homens santos também necessitam de freios para segurá-los contra as inclinações pecaminosas. Algumas Igrejas só aprendem a lição depois de muito sofrimento nas mãos de um desses enérgicos déspotas.

Como consideração prática adicional, a pluralidade de presbíteros faz sentido quando alguém considera a enormidade de tarefas relacionadas com o governo eclesiástico. A supervisão e cuidados espirituais de uma Igreja inteira são demais para apenas um homem: seu vigor físico, capacidade mental, e tempo disponível são limitados. Surgem muitos, diversos e intrincados problemas para um único indivíduo tratar. Além de que haverá uma diversidade de obrigações a serem cuidadas em toda comunidade. Alguns homens serão mais dotados para falarem em público, outros à exortação privada e outros para cuidar das tarefas diárias relativas às obrigações administrativas.

As multifacetadas necessidades da Igreja requerem um diverso grupo de homens. Cada um utiliza seus dons particulares, e os esforços combinados ministram as necessidades da Igreja de Cristo no mundo. Para glória de Deus. Rev. Ronaldo Bandeira Henriques.