NOSSA MISSÃO COMO IGREJA

A missão da Igreja inspira-se e fundamenta-se no exemplo Trinitário. O Pai envia seu Filho (Jo 3.16), ambos enviam o Espírito à Igreja (Jo 14.26; 15.26; Gl 4.6), habitando em nossos corações (Rm 8.9-11, 14-16), e nós, somos enviados pelo Filho, sendo guiados pelo Espírito de Cristo (Jo 17.18; 20.21). [Ver Hermisten M. P. Costa, Breve Teologia da Evangelização, p.47ss]

O Espírito Santo capacita a Igreja a cumprir o que Jesus lhe ordenou. Isto ele fez concedendo-lhe poder (At 1.8; 4.8-13, 31). Somente o Espírito pode capacitar a Igreja a desempenhar de forma eficaz o seu ministério. “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra.” (Atos 1.8) A Igreja testemunha no poder de Cristo Jesus (At 16.7).

O poder do Espírito Santo é que liga os homens ao Cristo ressurreto de tal maneira que sejam capacitados a representá-lo. Não há bênção mais sublime do que essa. No Pentecoste de Atos 2 se concretiza historicamente a capacitação da Igreja para sua missão no mundo, revelando o caráter missionário da Igreja, tornando cada crente uma testemunha de Cristo.

A Igreja é uma testemunha comissionada pelo próprio Deus, para narrar os seus atos salvador e glorioso, logo, é identificada e caracterizada pela genuína pregação da Escritura Sagrada. No ato da proclamação das virtudes de Deus a Igreja torna patente sua identidade Divina, demonstrando o poder daquilo que testemunha, a saber, o Evangelho da Graça. O testemunho da Igreja é resultado de uma experiência pessoal: O Espírito dá testemunho do Filho, porque procede do Pai e do Filho; nós damos testemunho do Pai, do Filho e do Espírito, porque os conhecemos e temos o Espírito em nós.

Nossa tarefa é ensinar o Evangelho tal qual registrado nas Escrituras. A Igreja tem com muita frequência se distanciado daquilo para que foi comissionada e que deve caracterizá-la. Tem feito discursos políticos, sociais, humanitários e etc; todavia, tem se esquecido de sua prioridade essencial: pregar a Palavra, a fim de que os homens se arrependam e sejam batizados e ingressados na Igreja. Com isto, não estamos defendendo um total distanciamento da Igreja do que ocorre no mundo, pelo contrário, a Igreja deve agir de forma evidente e efetiva na História; ela age de forma eficaz não com discursos rotineiros a respeito da pobreza, da violência, mas sim, na proclamação do Evangelho de Cristo, que é o poder de Deus para a transformação de todos os que crêem (Rm 1.16-17).

Como Igreja verdadeira, somos levados sob direção do Espírito irresistivelmente a testemunhar sobre a realidade de Cristo e do poder da sua graça salvadora. Rev. Ronaldo Bandeira Henriques