Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. (Romanos 12:1-2)
Não servimos a Deus para ganhar-lhe o favor, mas, uma vez eleitos, nós o servimos em gratidão e afeto. As misericórdias de Deus, segundo Paulo, são motivos suficientes para uma vivermos nos consagrando a Deus dia após dia.
O apóstolo mostra o ato da consagração de forma figurada em termos extraídos do Antigo Testamento, como um “sacrifício”. (v.1) Nosso corpo deve ser oferecido a Deus de uma vez para sempre num ato explícito de dedicação própria. Esse sacrifício é descrito como “vivo”, em contraste aos sacrifícios antigos cuja vida era tirada antes de ser a oferenda apresentada sobre o altar; nosso corpo e espírito devem ser animados pela nova vida que resulta da fé em Cristo.
Esse sacrifício de que fala Paulo é “santo”, isto é, consagrado, separado do pecado e reservado para o serviço de Deus. Dessa forma, “agradável a Deus”, como o ascender em sua presença da oferta aromática de outrora. Esse sacrifício é descrito, além disso, como suprema expressão do serviço religioso. É espiritual, em contraste com as oferendas que eram simplesmente materiais e físicas; é um culto, isto é, um ato litúrgico ou rito sacerdotal que, em última análise, constitui a mais sublime das liturgias.
O apelo de Paulo à consagração implica na dedicação do eu demonstrado através de uma vida de serviço. A consagração ou oferenda do corpo deve resultar numa real transformação de caráter e em obediência à vontade de Deus. (v.2)
Esta nova atividade é descrita tanto negativa como positivamente. Quem é assim consagrado a Deus não deve ser conformado com esse século. A expressão “este século” ou “era”, significa a esfera ou tipo de vida da qual Deus está excluído, onde predomina o egoísmo, cujo príncipe é Satanás. Aquele que pertence a Deus não deve ser dirigido por preceitos mundanos, por motivos egocêntricos, por impulsos pecaminosos.
Por outro lado, precisa ser transformado e mostrar a vontade de Cristo como princípio regente de seu viver, dominado exclusivamente pelo Espírito Santo. Seu caráter e sua conduta não serão determinados por simples tentativa de imitação de Cristo, mas, ao contrário, pela energia transformadora de uma de uma divina presença imanente que irradia todo o seu ser.
O propósito de tal transformação moral e espiritual é que o cristão pode “experimentar”, o que é “agradável” a Deus, “bom” e eticamente e perfeito. Essa abençoada experiência, resultado da verdadeira consagração, deve ser usufruída por todo eleito. Você tem consagrado sua vida a Deus? Rev. Ronaldo Bandeira Henriques.